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Livro “Trilha Patrimonial dos Caretas e Zambiapungas” é lançado em Nilo Peçanha

Foi lançado, na tarde desta sexta-feira (30), no Centro de Cultura de Nilo Peçanha, no Baixo Sul, o livro e documentário “Trilha Patrimonial dos Caretas e Zampiapungas”, (baixe aqui em pdf). Um rico material sobre a cultura de um dos tradicionais folguedos da cultura popular do Baixo Sul.

O projeto, idealizado pelo IDES – Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia, com o apoio da SECULT, Ministério do Turismo, por meio da Lei Aldir Blanc, contempla belíssimos registros áudio visuais, bem como relatos dos atores envolvidos na manutenção desse patrimônio imaterial dos povos do Baixo Sul e promove a preservação, salvaguarda, valorização, pesquisa, inventário, difusão, dinamização e estudos para o patrimônio cultural imaterial registrado ou em processo de patrimonialização pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).

As locações para o documentário foram as cidades de Nilo Peçanha, Taperoá, Cairu (sede e Boipeba) e Valença.

O evento contou com um público limitado, em função das restrições da pandemia. Estiveram presentes os representantes de grupos culturais, fazedores de cultura, representantes da SECULT, diretores de cultura, IDES, professores universitários, secretários municipais e a prefeita de Nilo Peçanha, Jacqueline Soares.

Houve a apresentação dos sons rítmicos da Zambiapunga, das músicas do grupo, bem como o documentário registrado com depoimentos de pessoas envolvidas com a história dos folguedos.

O presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Salvador, professor e vereador Silvio Humberto, padrinho da Zambiapunga, ressaltou a importância do registro histórico que mantém viva a cultura dos povos, por meio da persistência, da perseverança, e da capacidade de se fazer pontes. “Desde a primeira vez que eu vi a Zambiapunga, na rua, com esse som cativante, que mexe com a nossa ancestralidade fiquei emocionado. Com certeza, um momento histórico de imortalidade dessa cultura tão rica”, comentou.


O professor ainda relatou sobre o momento de luta que passam os fazedores de cultura em todo o país, na busca por projetos por meio da Lei Aldir Blanc. “Estamos aqui reconhecendo nossas raízes, nossas ligações, o quanto isso nos move e nos impulsiona para a frente e nos faz seres humanos. Quem pode criar cultura é o ser humano, e viva a cultura do nosso país. Viva a Zambiapunga!”, concluiu.

Alex Lopes, presidente do grupo, disse que o grupo traz um leque de várias importâncias para a cidade de Nilo Peçanha, como a geração de empregos temporários, atividades nas escolas municipais e estaduais a fim de manter viva a sua tradição.

O mestre Walmório André citou a união de todos os fazedores de cultura em torno do projeto, da satisfação em fazer cultura, destacando o trabalho dos mestres, dos antepassados e dos atuais atores envolvidos. “O que nós fazemos é cultura e temos que mantê-la viva. A gente precisa de mais valorização nas discussões, no diálogo e no comprometimento”, pontuou.

André Reis, diretor do Centro de Culturas Populares e Identidades da SECULT, disse que “Nilo Peçanha tem um grande significado a partir da sua identidade da Zambiapunga e reforçou a defesa das manifestações culturais, destacando que em 2011 o Governo da Bahia criou o Centro de Culturas Populares e Identitárias do Estado, para fomentar políticas públicas para as manifestações culturais, apoiando cerca de 420 projetos através do Prêmio Emilia Biancardi e mais 14 projetos através de chamamento público, voltados às culturas quilombola, indígena, negra, cigana, LGBT, idoso, juventude, forró tradicional e quadrilhas, com investimento da ordem de mais de R$ 10 milhões.

A Diretora Executiva do IDES, Liliana Leite, demonstrou sua satisfação, destacando o momento rico e de diversidade, por meio do trabalho que foi realizado com várias parcerias importantes, inclusive ressaltando que o projeto teve grandes desafios por ter sido executado em plena pandemia. “Agradeço aos mestres das Zambiapungas, dos Caretas, a equipe de trabalho envolvida, aos parceiros, a nossa profunda gratidão”, disse.

Leite acrescentou que é por meio de coletivos que se consegue vencer as adversidades em prol da cultura que é a base de tudo.

O diretor do Departamento de Cultura de Nilo Peçanha, David Terra, falou de sua alegria e agradeceu à prefeita Jacqueline Soares e ao vice-prefeito Tito, pela oportunidade de promover a cultura do município. “Hoje sou abraçado pela Zampiabumpa de Nilo Peçanha e isso me orgulha muito”, disse.

David lembrou de todas as pessoas envolvidas no projeto de identidade dos povos do Baixo sul, citando outras manifestações da região, bem como a luta dos fazedores de cultura no território.

“Temos a execução da Lei Aldir Blanc por conta dessa Câmara Técnica resistente que fez o Plano de Ação, junto ao IDES (Liliana), e Nilo Peçanha não ficará de fora da Lei. São R$ 124 mil reais pra a gente injetar na cultura desse município e trazer dias melhores para grupos como a Zampiapunga, o Boi de dona Neuza, os músicos dessa cidade que tanto necessitam de apoio”, pontuou.

A prefeita Jacqueline Soares, relembrou os tempos de sua infância quando saia atrás dos cortejos da Zambiapunga pelas ruas de Nilo Peçanha e de Salvador. “A gente corria as ruas de Nilo atrás da Zambiapunga, a gente ia para a Feira do Interior, participava do Circuito Barra-Ondina atrás da Zambiapunga. A gente cresceu e tem a Zambiapunga como identidade do nosso povo”, disse.

A chefe do executivo concluiu dizendo que sua gestão está trabalhando para levar adiante a cultura do povo nilopeçanhense, por meio do fortalecimento de todas as manifestações culturais locais.

O material produzido sobre os Caretas e Zampiapungas pode ser acessado por meio digital no site do IDES http://ides.org.br/ e no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=RPyCeuNYcW8.

Assista o documentário:


Por Marcelo Dutra (Portal Baixo Sul) | Vanessa Andrade (Baixo Sul em Alta) | Fotos: Elton Andrade/Agência Andrade/Portal Baixo Sul

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